30 agosto 2008

Esperando a germinação...

Sementes de papoila.

28 agosto 2008

Fora de tempo


27 agosto 2008

E no intervalo do repeat anterior…

o Melpo Mene em I adore You

Em repeat

26 agosto 2008

Em carne viva


25 agosto 2008

Cromo da bola (5)

Hesitei escrever sobre o início do campeonato…mas lá percebi ser imperioso (!) este post de apoio aos rapazes do SLB que ontem, quase se perderam no nevoeiro de Vila do Conde.
Não entendo benfiquistas que na primeira contrariedade já acham que o campeonato acabou e já caminham cabisbaixos temendo o próximo jogo! Corações ao alto, as papoilas sabem o que têm a fazer!

Auxiliares de Crescimento (23)

La piovra. A luta permanente do Comissário Conrado Cattani para travar os tentáculos da máfia siciliana. Rude golpe, a sua morte, no episodio mais triste a que assisti.

Miúdas como nós (15)

Blanka Vlasic. Provavelmente a mais elegante atleta destes jogos, a que quer saltar mais alto. Foi medalha de prata, a prova obvia que o ouro nem sempre premeia os melhores!

21 agosto 2008

Três medalhas, três!

Para a grande nação benfiquista!
E sim.. gloriosamente facciosa, parcial e pouco isenta no que concerne a estes assuntos!
Se estivesse em casa, num qualquer porto europeu amigável, acreditaria sem reservas na possibilidade de uma conversa esclarecedora (quantas maravilhas os médicos não prometem a esse respeito), mas aqui ninguém acredita em nada. Os anjos são demasiado fortes e caminham com pés invulneráveis, mas os homens não querem pedir nada a ninguém, não sabemos ao certo qual é o ponto vulnerável dos outros, talvez seja o nosso? E assim se espalha o silêncio. A esta propagação do silêncio chamamos «endurecer»...
Morte na Pérsia de Annemarie Schwarzenbach

20 agosto 2008

Agosto

A pastelaria Versailles está fechada para obras.
«Mas as minhas cidades chamam-se Constantinopla, Alepo, Bagdade, Persépolis. E depois vieram ainda os caminhos sem nome, as montanhas sem nome e este lugar, por nós baptizado de «o vale feliz».
Por aqui todas as esperanças são supérfluas. É certo que se encontra sempre gente disposta a escalar o Evereste e a pôr em jogo a própria vida por esta ambição absurda. Mas mais absurdo ainda seria eu deixar-me convencer hoje ou amanhã a montar uma mula e a fazer o longo e árduo caminho até Abala. Eles querem pôr a vida em jogo, mas recuperam-na com alegria redobrada quando regressam felizes, ainda que o cume do Evereste não seja mais do que um objectivo que impõem a si próprios como forma de consolo e de incitação...»
Morte na Pérsia de Annemarie Schwarzenbach

18 agosto 2008

Eis então a minha hipótese final: se fosse (Frank) Gehry a construir o Motel Bates, combinando directamente a velha casa da mãe e o motel moderno de um só piso, de modo a formar uma identidade híbrida, não teria havido necessidade de Norman matar as suas vítimas, pois teria ficado aliviado da tensão insuportável que o impelia a correr entre as duas casas. Teria um terceiro lugar de mediação entre os dois extremos.
Slavoj Žižek em Lacrimae Rerum sobre Psico de Alfred Hitchcock

Compreendo o que Slavoj Žižek quer dizer, mas acho a escolha de Gehry completamente ao lado. Se a Gehry fosse dada a hipótese de construir o Motel Bates, a Norman só poderíamos desculpar todos os seus crimes.

17-18 graus Celsius

Com temperaturas da água no Atlântico neste intervalo torna-se difícil brincar aos golfinhos e aos jogos olímpicos!

17 agosto 2008

O universo de Kieślowski é um universo gnóstico, um universo ainda não completamente formado, criado por um Deus idiota, perverso e confuso, que estragou a obra da Criação, produzindo um mundo imperfeito e tentando depois salvar o que pudesse ser salvo com novas tentativas sucessivas.(...) Esta ideia de universos imperfeitos múltiplos pode ser vista em dois níveis na obra de Kieślowski: (1) o carácter atamancado da realidade descrita nos seus filmes, e as tentativas repetidas subsequentes para (re)criar uma nova, melhor que a anterior; (2) no que respeita ao próprio Kieślowski como autor, também observamos as tentativas repetidas de contar a mesma história de um modo ligeiramente alterado (...). Nesta rescrita eternamente repetida, nunca se dá o «ponto de remate», nunca há uma versão final, a obra nunca está acabada e nunca é de facto posta em circulação, entregue pelo autor ao grande Outro do Público.
Slavoj Žižek em Lacrimae Rerum, sobre Krzysztof Kieślowski

16 agosto 2008

Tchékhov escrevia livros tristes para pessoas alegres; quero dizer com isto que só um leitor com sentido de humor será capaz de sentir a fundo a tristeza deles. Há escritores que emitem um som intermédio entre o riso abafado e o bocejo - muitos deles, a propósito, são humoristas profissionais. A outros, por exemplo a Dickens, sai uma coisa intermédia da risada e do soluço.(...)O humor do Tchékhov é alheio a isso tudo; é um humor puramente tchékhoviano. O mundo, para ele, é cómico e triste ao mesmo tempo, e sem repararmos na sua comicidade não compreenderemos a sua tristeza, porque são inseparéveis.
Vladimir Nabokov no perfácio do volume I dos Contos de Anton Tchékhov

Os talismãs da morte

Depois dos sete volumes de aventuras do aprendiz de feiticeiro, J.K. Rowling encerra a saga, à bruta, com um capítulo intítulado ''Dezanove anos depois''. Não me chega o Voldemort ter morrido, aquilo que quero mesmo são as aventuras desses 19 anos que agora foram deixados em branco.

08 agosto 2008

Hoje apontaram uma arma à minha amiga A. que é gerente de uma dependência bancária. Isto não tem justificação possivel.

06 agosto 2008

Cromo da bola (4)

Estará o Califa reaberto para o tradicional sumo de laranja ( 2 laranjas, se faz favor) acompanhado de croquete (se não houver pode ser um Chaves) e rematado com cafezinho, para o jogo de apresentação com o Feyenoord? Começo a ficar em cuidados com estas obras que parecem ser eternas. Ou serão só saudades do sr. Diniz?? Não consigo conceber uma ida à bola sem paragem no Califa.

05 agosto 2008

Auxiliares de crescimento (22)


A minha tia. Este sim um auxiliar de crescimento especial e aglutinador.
Ela é irmã do meu pai mas só tem mais 14 anos que eu. Quando nasci ela era adolescente, tinha namorado e um grupo de amigos (grupo que se mantém até hoje).
Às vezes ia-me buscar ao colégio. Às vezes pintava a aguarela comigo e outras vezes ensinava-me canções.
Foi nas férias que passámos juntas que me ensinou a escrever postais. Nos primeiros apenas o nome (tentando não ocupar tudo) mais tarde, cartas. Avós e outras tias os receberam. E este foi hábito que se me colou anos a fio.
Quando calhava passar uma temporada em casa dos meus avós ela transformava o quarto em qualquer coisa especial para nós duas. Uma das vezes habitámos a redacção da ‘Patada’ e éramos os repórteres especiais Donald e Peninha.
Os primeiros cromos autocolantes que tive foram d’Os Marretas, ela iniciou a colecção e ofereceu-ma.
Li todos os Asterix e Lucky Luke que ela tinha no quarto (em minha casa era mais Blake e Mortimer, Capitão Fantasma ou Flash Gordon – guardei-os para mais tarde).
Brinquei com as bonecas que já estavam guardadas e com uma cozinha provavelmente comprada no Bazar Bebé.
Ela era monitora numa colónia de férias e eu morria de ciúmes dos miúdos que passavam o dia com ela.
Herdei todos os seus livros de quadradinhos. Um caixote cheio de versões brasileiras (as que eu mais gostava).
Herdei os cinco e os sete que lhe sobravam por ter reunido a sua colecção à do namorado.
Herdei as bonecas-de-recortar (com o nome escrito a lápis nas costas).
Tudo o que ela fazia eu tentava imitar: pintar frascos, fazer almofadas, escrever com letra bonita e direitinha. Teve sempre paciência para me ensinar e para me ajudar a fazer as coisas nas quais eu tinha mais dificuldades.
Houve uma fase em que lhe perguntava insistentemente quando se casaria: eu, que não tinha irmãos, queria primos! Demorei quase tanto para ser prima como o meu pai para ter uma irmã: tinha 16 anos quando nasceu a Ana T. e 24 quando nasceu a Ana R. O que me resta dizer é que elas são verdadeiramente sortudas com a mãe que lhes calhou.
( e fica sempre muito para dizer e muito abraços por dar)

04 agosto 2008

Encontros ao Chiado (1)

Com Daphne, num fim de tarde destes...
Parámos numa esplanada, e bebemos delicadamente um copo de vinho branco, meio rasca, mas fresquinho, como se quer nesta altura estival.
Conversámos...
Temo que ela nunca será uma de nós, e que a intenção de escrever neste blog, não passe de uma promessa vã.

03 agosto 2008

Gostar de António Lobo Antunes (1)

"... Não tenho nada contra os homens: até gosto de alguns. Dos meus amigos. De Schubert. De Ovídio. De Horácio, de Virgílio. De Velásquez. De Rui Costa. De Einzenberger. Razoável, a minha colecção. Não tenho nada contra os homens a não ser no que se refere às mulheres. E não me excluo: fui cobarde, idiota, desonesto..."

Da crónica As Mulheres têm os fios desligados, na Visão.

01 agosto 2008

Encontros com outros blogs

Alcançados por intermédio de outros que leio assiduamente, ou não! A esta gloriosa pérola cheguei apor aqui.
E eu que me comovo por tudo e por nada, enterneci a ler isto e necessito de partilhar….

"...e vai acontecer o mesmo com o Rui Costa. aquela inteligência… foda-se, o Rui não perdeu nada com a idade; quase que me apetece dizer que ele dá esperança a todos os putos que querem jogar à bola e não são os mais rápidos, os mais fortes, pois mostra que a inteligência permite ir longe. o Rui Costa rebela-se contra a ditadura dos fortes – é uma força para a democracia."

Sometimes

de STEFAN BRÜGGEMANN (white neon, 2001)

Da série diálogos inverosímeis (2)

- Sabe, vamos ter de despedi-lo por excesso de atitude crítica.

- Ah, sim??

Da série diálogos inverosímeis (1)

- Sabes o que queríamos mesmo? Um não projecto….uma não intervenção, a contenção do nada fazer mas com leitura calma.

- Ah, sim??

uma verdadeira bomba literária e moral

A Tragédia da Rua das Flores ou O Desastre da Travessa das Caldas ou Os Amores de um Lindo Moço, O Caso Atroz de Genoveva ou simplesmente Genoveva, é uma obra rascunhada e rudimentar do ponto de vista gramatical, formal e estilístico, que ficou esquecida durante cerca de cem anos e que o autor nunca chegou a corrigir.

Todavia, era, para Eça,

"o melhor e mais interessante que tenho escrito até hoje"

"uma verdadeira bomba literária e moral".