18 janeiro 2007

Do tempo (1)

Durante anos parecia que o tempo não passava por ele, o cabelo escuro, a tez morena o sorriso ao ver chegar clientes habituais permaneciam imutáveis. Muitas vezes, imaginara-o como o ultimo dos compradores de restaurador Olex na drogaria do bairro.
Passei para por lá para um pequeno almoço, tudo quase igual, mas o cabelo está a ficar grisalho e já só tenho direito a 1/2 sorriso! O senhor D. cedeu aos caprichos do tempo...

2 comentários:

hortelã disse...

E relativamente à mercearia do bairro, já interiorizaste a perda? Ou a chaga ainda está aberta...;)

papoila disse...

Evito passar pela rua onde antes fervilhava animação e convívio daquela que foi a melhor mercearia do mundo! As frutas expostas na porta, todos os produtos arrumados nas prateleiras de madeira, o cheirinho a bolos acabados de fazer pelas quatro e tal, os ‘compridinhos’ já embrulhados em papel branco com fita branca à minha espera! Breaks my heart!
Mas o senhor A. e a dona Z. prometeram que de vez em quando vão voltar e por algumas horas tudo vai voltar a ser igual! Só para clientes especiais, claro!

uma verdadeira bomba literária e moral

A Tragédia da Rua das Flores ou O Desastre da Travessa das Caldas ou Os Amores de um Lindo Moço, O Caso Atroz de Genoveva ou simplesmente Genoveva, é uma obra rascunhada e rudimentar do ponto de vista gramatical, formal e estilístico, que ficou esquecida durante cerca de cem anos e que o autor nunca chegou a corrigir.

Todavia, era, para Eça,

"o melhor e mais interessante que tenho escrito até hoje"

"uma verdadeira bomba literária e moral".