13 fevereiro 2013

E os nossos governantes impassíveis

«O rio segue por ali abaixo em direcção ao mar onde eu gostava de viver para saber mais do que isto que é pouco. A Lisboa avelhada impressiona-me e daí a vontade de me escapar sem poder e talvez sem o querer. Por exemplo e como forma de disciplinar este escrito: a nova lei das rendas levou centenas de velhos até às juntas de freguesia, aflitos, angustiados, à espera de uma explicação para o mal que os aflige. Pedir a velhos que reclamem pelos seus direitos em linguagem de lei é desumano, cruel. No tempo em que as pessoas de idade maior deveriam, por direito natural, divino, gozar o calor do sol, sentir o frio apenas nas palavras de circunstância: hoje-está-frio, pois que os obrigam à violência de voltar à luta, como se os quisessem mortos e enterrados. Esta é a verdade, não é? Em Bruxelas, os velhos belgas, chatos, indelicados ou apenas simpáticos porque sim, não andam como os velhos daqui. Todos em Bruxelas têm as costas mais direitas. Olhando para a minha colecção de imagens e na comparação das pessoas é esta a minha conclusão.»

retirado daqui.

1 comentário:

papoila disse...

Depois vão criar um subsidio aos que provem ser carenciados para ajudar...a política da caridade e da subserviência impera!

uma verdadeira bomba literária e moral

A Tragédia da Rua das Flores ou O Desastre da Travessa das Caldas ou Os Amores de um Lindo Moço, O Caso Atroz de Genoveva ou simplesmente Genoveva, é uma obra rascunhada e rudimentar do ponto de vista gramatical, formal e estilístico, que ficou esquecida durante cerca de cem anos e que o autor nunca chegou a corrigir.

Todavia, era, para Eça,

"o melhor e mais interessante que tenho escrito até hoje"

"uma verdadeira bomba literária e moral".