Uma das coisas mais gratas ao estado pensante é o andar a pé no meio da gente. A fácil e sumária realidade que nos é contada através da janela de um automóvel induz-nos a uma depreciação sistemática dos factos. A figura e a imagem das coisas ficam reduzidas à sua percepção; e não entram no recinto próprio da distinção que, essa, é obra do conhecimento.
Quando perdemos o gosto da multidão é porque estamos velhos. Quando não achamos graça a andar a pé na rua, por atropelada que ela esteja, e até suja, e até povoada de gente suspeita, então é porque não pertencemos já número dos vivos. Isto pode acontecer em idade muito tenra, quando ainda usamos bibe e brincamos com bonecas. Há monstrozinhos de seis anos, que não consentem outra coisa senão o automóvel e crescem no isolamento sumário do seu pequeno privilégio.
Quando perdemos o gosto da multidão é porque estamos velhos. Quando não achamos graça a andar a pé na rua, por atropelada que ela esteja, e até suja, e até povoada de gente suspeita, então é porque não pertencemos já número dos vivos. Isto pode acontecer em idade muito tenra, quando ainda usamos bibe e brincamos com bonecas. Há monstrozinhos de seis anos, que não consentem outra coisa senão o automóvel e crescem no isolamento sumário do seu pequeno privilégio.
Sem comentários:
Enviar um comentário