19 novembro 2009

Marco Polo descreve uma ponte, pedra a pedra.
- Mas qual é a pedra que sustém a ponte? - pergunta Kublai Kan.
- A ponte não é sustida por esta ou por aquela pedra - responde Marco, - mas sim pela linha do arco que elas formam.
Kublai Kan permanece em silencioso, reflectindo. Depois acrescenta: - Porque me falas das pedras? É só o arco que importa.
Polo responde: - Sem pedras não há arco.
Italo Calvino. As cidades invisíveis

4 comentários:

Valeriana Impaciente disse...

fiquei com vontade de voltar a essas cidades.

Unknown disse...

Sem pedras não há muitas coisas!: Aços, brocas de tungsténio, jóias, calçada e cantaria, ecrãs, baterias de chumbo, de lítio e outras, discos diamantados, catalizadores, carvão, células fotovoltaicas, vidro, combustíveis e armas nucleares, petróleo, cerâmicas, fios e cabos eléctricos, cimento, electrónica, protector solar, papel (pelo menos do branquinho que não encrave na copiadora), galvanizados e cromados, chips de silício, leds coloridos ou não, adubos, rolos e chapas fotográficas, fogos de artíficio, lâmpadas, ímans e geradores, etc, etc. E os derivados disto tudo, claro está!
A BOA NOTÍCIA: há quem ande à procura de pedras para que estas não faltem à civilização.
A MÁ NOTÍCIA: o trabalho desta boa gente está cada vez mais difícil pois as pedras mais fáceis de encontrar já foram encontradas e exploradas. Só sobram as pedras de pior qualidade e nos locais mais remotos.
Peak pedras?

papoila disse...

Valeriana: Descobri-as com o mestre João Nunes, sempre gosto de passar por elas...
Diogo: Well, well...já percebemos da importância das mesmas! Gostei da tua enumeração dos usos, pareces entendido no tema!
Quando é que vamos garimpar???

Unknown disse...

Garimpo? Ver se chove, ver se chove. E depois podemos ir...

uma verdadeira bomba literária e moral

A Tragédia da Rua das Flores ou O Desastre da Travessa das Caldas ou Os Amores de um Lindo Moço, O Caso Atroz de Genoveva ou simplesmente Genoveva, é uma obra rascunhada e rudimentar do ponto de vista gramatical, formal e estilístico, que ficou esquecida durante cerca de cem anos e que o autor nunca chegou a corrigir.

Todavia, era, para Eça,

"o melhor e mais interessante que tenho escrito até hoje"

"uma verdadeira bomba literária e moral".