20 agosto 2008

«Mas as minhas cidades chamam-se Constantinopla, Alepo, Bagdade, Persépolis. E depois vieram ainda os caminhos sem nome, as montanhas sem nome e este lugar, por nós baptizado de «o vale feliz».
Por aqui todas as esperanças são supérfluas. É certo que se encontra sempre gente disposta a escalar o Evereste e a pôr em jogo a própria vida por esta ambição absurda. Mas mais absurdo ainda seria eu deixar-me convencer hoje ou amanhã a montar uma mula e a fazer o longo e árduo caminho até Abala. Eles querem pôr a vida em jogo, mas recuperam-na com alegria redobrada quando regressam felizes, ainda que o cume do Evereste não seja mais do que um objectivo que impõem a si próprios como forma de consolo e de incitação...»
Morte na Pérsia de Annemarie Schwarzenbach

2 comentários:

papoila disse...

Estás um bocadinho JPP com os seus fragmentos de leituras ....Gosto! Já eu continuo em velocidade cruzeiro com a saga islandesa….mas encantada!

Valeriana Impaciente disse...

sabes que havendo vento e bandeira vermelha pouco resta. Temos matraquilhos mas só depois da janta.

uma verdadeira bomba literária e moral

A Tragédia da Rua das Flores ou O Desastre da Travessa das Caldas ou Os Amores de um Lindo Moço, O Caso Atroz de Genoveva ou simplesmente Genoveva, é uma obra rascunhada e rudimentar do ponto de vista gramatical, formal e estilístico, que ficou esquecida durante cerca de cem anos e que o autor nunca chegou a corrigir.

Todavia, era, para Eça,

"o melhor e mais interessante que tenho escrito até hoje"

"uma verdadeira bomba literária e moral".