Para além de todos os outros sítios que não consigo nomear este filme levou-me a Ingmar Bergman. Pelo actor Erland Josephson e, claro, por ser falado em sueco e ter uma paisagem a condizer. Mas esta será apenas a maneira mais superficial de o explicar. O que me levou a Bergman foram outras coisas: Erland Josephson representa um actor que o deixou de ser, que se saturou da palavra e que a família julga doente, tal como Liv Ullmann e a sua personagem em Persona, e, perante esta importância dada à palavra, fui levada a Ordet de Carl T. Dreyer, onde a palavra se transcende e é elevada a outro plano. Também Ordet nos interiores, no quarto da criança, na janela, na cama, num espelho, num plano fixo.
Mas também fui levada por Tarkovsky a Tarkovsky, até a Ivanovo detstvo, pela distância que separa a realidade destas duas crianças mas pela grande importância que ambas têm (e ambas desaparecem), pelas árvores, aqui coloridas.
Chega de palavras.
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