Fui ver «Zidane, un portrait du 21ème siècle», de Douglas Gordon e de Philippe Parreno.
Durante o tempo que dura um jogo de bola vi e ouvi Zidane a correr, chutar, arfar, respirar, cuspir e, sobretudo, suar em bica. Não praguejou, não disse palavrões.
Sempre concentrado na sua missão. Apenas se ri, já próximo do final, com o seu colega brasileiro Roberto Carlos.
Vemos sempre Zidane, pouco a bola e quase nunca a totalidade do jogo.
Por vezes a música dos Mogwai aproxima-nos dos pensamentos de Zidane, levando-nos para um dimensão mais abstrata. Outras apenas se ouvem as chuteiras, os passos. Na maior parte do tempo ouvimos o som da multidão no estádio, agressiva. O som é notável na sua transmissão de sensações opostas.
Acho que vou querer ver mais uma vez.
(este jogo aconteceu a 23 de Abril de 2005. Curiosamente estávamos em Madrid para assistir a outro tipo de espetáculo, o concerto dos Interpol)
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