12 novembro 2007

Do pontapé de saída ao apito final

Fui ver «Zidane, un portrait du 21ème siècle», de Douglas Gordon e de Philippe Parreno.
Durante o tempo que dura um jogo de bola vi e ouvi Zidane a correr, chutar, arfar, respirar, cuspir e, sobretudo, suar em bica. Não praguejou, não disse palavrões.
Sempre concentrado na sua missão. Apenas se ri, já próximo do final, com o seu colega brasileiro Roberto Carlos.
Vemos sempre Zidane, pouco a bola e quase nunca a totalidade do jogo.
Por vezes a música dos Mogwai aproxima-nos dos pensamentos de Zidane, levando-nos para um dimensão mais abstrata. Outras apenas se ouvem as chuteiras, os passos. Na maior parte do tempo ouvimos o som da multidão no estádio, agressiva. O som é notável na sua transmissão de sensações opostas.
Acho que vou querer ver mais uma vez.
(este jogo aconteceu a 23 de Abril de 2005. Curiosamente estávamos em Madrid para assistir a outro tipo de espetáculo, o concerto dos Interpol)

Sem comentários:

uma verdadeira bomba literária e moral

A Tragédia da Rua das Flores ou O Desastre da Travessa das Caldas ou Os Amores de um Lindo Moço, O Caso Atroz de Genoveva ou simplesmente Genoveva, é uma obra rascunhada e rudimentar do ponto de vista gramatical, formal e estilístico, que ficou esquecida durante cerca de cem anos e que o autor nunca chegou a corrigir.

Todavia, era, para Eça,

"o melhor e mais interessante que tenho escrito até hoje"

"uma verdadeira bomba literária e moral".