27 novembro 2008

Este post sobre árvores, serve para reforçar a minha devoção ao estrato arbóreo e também para empurrar o post anterior para um sítio mais recatado

Sobre Árvores diz Agustina Bessa-Luís, no seu Dicionário Imperfeito:

Famosas em todas as paisagens e em todas as artes, modelos que nunca se queixam. Ai do artista que não pinta árvores! Ele está próximo da loucura. Como Dostoievski, que nunca as contempla nem se lhes refere. Até Benjamim Franklin reparou nas árvores nem que fosse senão para notar que os objectos pontiagudos repelem e atraem descargas eléctricas. (...)
Que é preciso observar as árvores já nos disse Daniel, que salvou a casta Susana da morte. Pois, ao trocarem os nomes das árvores debaixo das quais ela teria recebido o seu jovem visitante, eles se condenaram. Quem porfia na maldade torna-se cego para a botânica. Esta é a moral da história. Vamos olhar as árvores e moderar o coração para as coisas que nos pedem injustiças.

2 comentários:

hortelã disse...

Há amores que são para o resto da vida, mais sofridos menos sofridos, mas "este" parece-me uma aposta ganha... ao contrário de outros!Se calhar, devias investir mais noutro desporto, um de minorias, até como praticante, no badmington, por exemplo!?

papoila disse...

"Ah, ouço vozes!" parece-me ser a Hortelã….
Olha, pá, é preciso mais que uma derrota com uns gregos do Pireu para abater a minha devoção clubista! acredito mesmo, que existe um cântico dos diabos sobre ser Benfica até morrer…aliás vejo as minhas cinzas envoltas na bandeira do Glorioso, depois a serem deitadas no covacho de plantação de um Metrosideros excelsior ou qq outra arvore de porte generoso de floração vermelha!
Aproveita e lê os posts do Doc e do António...

uma verdadeira bomba literária e moral

A Tragédia da Rua das Flores ou O Desastre da Travessa das Caldas ou Os Amores de um Lindo Moço, O Caso Atroz de Genoveva ou simplesmente Genoveva, é uma obra rascunhada e rudimentar do ponto de vista gramatical, formal e estilístico, que ficou esquecida durante cerca de cem anos e que o autor nunca chegou a corrigir.

Todavia, era, para Eça,

"o melhor e mais interessante que tenho escrito até hoje"

"uma verdadeira bomba literária e moral".